Quanto pode durar um homem enfraquecido pela tortura física e psicológica? Mal nutrido, enterrado nos próprios excrementos, dia após dia tentado pela promessa de liberdade em troca de uma falsa confissão? Em 1939, o esbelto e elegante tenente da cavalaria polonesa Slavomir Rawicz estava prestes a descobrir. Preso pelos soviéticos durante a divisão russo-germânica da Polônia, foi brutalmente espancado para confessar seu suposto papel como espião. Filho de mãe russa, fluente no idioma, Rawicz se tornou o suspeito perfeito, réu de um crime jamais cometido. Visto apenas de entrada para um dos mais cruéis sistemas penitenciários do mundo. Sem seu uniforme bem talhado e as reluzentes botas, despido de toda a dignidade, uma rotina de dor, sujeira e degradação seria sua nova realidade. Mas o jovem Rawicz jamais capitulou. Uma parte firme de seu espírito se aferrou à idéia inabalável de que ceder seria a morte. E ele queria viver. Com a ajuda e companhia de mais seis prisioneiros, escapou, em 1941, do campo de Yakutsk. A pé, numa inacreditável jornada pelas regiões mais inóspitas do planeta, na posse de apenas um machado e uma faca, deixaram a Sibéria. Cruzaram a China, o deserto de Gobi e traspuseram os Himalaias até entrarem na índia... e ganharem a liberdade. CAMINHO DA LIBERDADE é o relato desta incrível marcha. Um emocionante muitas vezes poético testemunho da capacidade humana para a superação, a solidariedade e a busca incessante pela justiça. Slavomir Rawicz emigrou para a Inglaterra após a Segunda Guerra Mundial, se estabelecendo nos arredores de Nottingham, onde trabalhava como artesão. Casou-se com uma inglesa, com quem teve cinco filhos. Em 1975, se aposentou após um ataque cardíaco e viveu uma vida tranqila, no interior, até sua morte, em 2004. Um memorial para todos os que vivem e morrem na luta pela liberdade, A longa caminhada ganhou as telas como Caminho da liberdade, sob direção de Peter Wier A testemunha, O show de Truman e Mestre dos mares e c