Um livro-rua, um livro-cidade Rua de mão única é uma coletânea de aforismos e fragmentos em que Benjamin parte de temas pouco convencionais num livro de filosofia, como sonhos pessoais, cartazes, monumentos, praças, galerias, etc. Seu objetivo é bastante singular criar uma filosofia a partir de observações sobre as ruas da cidade e sobre os caminhos da lembrança e do pensamento. Um bazar filosófico, como ponderou certa vez o filósofo e amigo Ernst Bloch. Infância berlinense 1900 é o questionamento benjaminiano de suas próprias lembranças encobridoras Freud. Benjamin transforma suas memórias de infância em objeto de análise histórico-social, procurando enfatizar duas coisas que não são típicas em livros de memórias o quadro político da memória em que eu são muitos e a construção das lembranças a posteriori é o ato de lembrar que dá sentido ao passado, e não o contrário. Os dois textos representam um giro fundamental na obra do autor. Sem abandonar nenhum dos seus temas anteriores mito, linguagem, alegoria, Benjamin passa a encará-los pela perspectiva das grandes cidades modernas, dando início ao ambicioso projeto de elaborar uma filosofia da história centrada na crítica dos fetiches e mitos específicos da cultura capitalist