"Ainda que timidamente e a espaços, começa a despertar a consciência de que os mais amplos e confiáveis arquivos da história não são os documentos de pedra, cerâmica, papiro e pergaminho, mas os que se preservaram no psiquismo humano. Enquanto aqueles se deterioram com o passar do tempo e chegam aos pesquisadores - quando chegam - fragmentados, ilegíveis e, às vezes indecifráveis, a memória é indelével e desafia os milênios.No psiquismo de todos nós estão gravadas para sempre as vivências passadas no anonimato das platéias ou sob os holofotes da ribalta, fazendo história, em vez de apenas assisti-la.Como as vidas se encadeiam sucessivamente, nascemos, morremos e renascemos ciclicamente em diferentes contextos históricos, geográficos, culturais, sociais e econômicos, numa extraordinária diversificação de experiências vão-se lentamente depositando em camadas psíquicas, que poderão, em tempo futuro, ser exploradas por processos semelhantes aos da arqueologia, numa penetração cada vez