Segundo Henry Louis Gates Jr., a história da diáspora africana é em grande medida a história dos ciclos econômicos - mineração, açúcar, tabaco, pecuária - das colônias europeias no Novo Mundo. A partir da descoberta da América, milhões de homens e mulheres foram transportados em horríveis condições até portos como os de Havana, Veracruz e Salvador. Aqueles que sobreviviam à viagem em geral trabalhavam até a morte nas fazendas, minas e cidades coloniais, assim como seus descendentes. A extinção do cativeiro, mais de três séculos depois, pouco alterou o estatuto socioeconômico dos negros e mestiços. Oprimidos por elites racistas, com raras exceções os afrodescendentes latino-americanos permanecem confinados nos níveis mais baixos da escala social. Em pleno século XXI, eles ainda batalham para conquistar seus direitos de cidadãos plenos e, sobretudo, a consciência de sua própria etnicidade.