Comunistas, vermelhos, esquerdistas foram alguns termos cunhados pejorativamente sobre aqueles que simpatizavam com alguns dos conceitos-chave do socialismo. Ainda alvo de crítica era a postura ateísta dos regimes dos países socialistas, o que em alguns deles resultou na perseguição, repressão e controle das igrejas e crenças locais. Como conjugar religião sem considerá-la o ópio do povo e um regime que tem em sua base justamente o governo em prol do povo? Frei Betto tenta responder a essas e outras perguntas em uma série de textos que vão do ensaio à crônica, do diário à reportagem que registram um panorama do socialismo na visão dos dirigentes e da população de países que adotaram esse modelo em Paraíso perdido Viagens ao mundo socialista. A coletânea reúne relatos de viagens e incursões de Frei Betto pelos bastidores dos países socialistas, de 1979 a 1992, período politicamente decisivo em termos internacionais, num cenário que mostrava a transição das ditaduras militares para uma democracia ainda sofrida na América Latina, o recrudescimento da Guerra Fria nos anos 1980, o enfraquecimento do socialismo e a abertura de países-chave do regime como a China e a União Soviética para o mundo e a adoção de um modelo político e econômico com viés neoliberal a partir dos anos 1990.