Ao longo do último século, a China tem sido um lugar de recorrente insurreição social. Das combativas greves gerais anticoloniais de 1925-1927 à mobilização em massa dos camponeses nos anos 1930 e 1940, incluindo as convulsões da Revolução Cultural e os movimentos pró-democracia de estudantes e trabalhadores dos anos 1980, o povo chinês engajou-se repetidamente em lutas contra as desigualdades materiais e a opressão política. A Questão Chinesa traz para o português os debates mais atuais do marxismo sobre as relações sociais e o regime de acumulação no país, debatendo se a China pode, ou não, ser considerada um Estado capitalista. Desde a violenta repressão contra o movimento por democracia na Praça da Paz Celestial, em 1989, muitas pessoas na China, assim como internacionalmente, passaram a acreditar que décadas de rápido crescimento econômico sufocaram a resistência social. Isso não poderia estar mais longe da verdade: embora o Partido Comunista tenha sido vitorioso em extinguir uma