Aproposta deste livro é a problematização da relação entre a pintura histórica do século XIX e a construção das identidades nacionais de Brasil e Uruguai por meio da produção pictórica de Juan Manuel Blanes e de Pedro Américo. As imagens produzidas por eles representam lugares de memória que veicularam um determinado discurso e possibilitam desvelar as tensões e convergências políticas e culturais entre os dois países. Ao se perenizarem no imaginário nacional, propagam a ideia de que constituem a representação de determinados fatos históricos. Referências do gênero da pintura histórica, as obras de Pedro Américo e de Juan Manuel Blanes foram (e são) amplamente difundidas em diversos suportes, como livros didáticos e enciclopédias, cristalizando-se como a expressão estética de fatos históricos que evidenciam uma certa leitura da história do Brasil e do Uruguai. Por isso, são frequentemente evocadas como emblemas nacionais, constituindo o conjunto de elementos simbólicos e materiais que