Aqui, a comensalidade aparece conflituosa ao ser trabalhada de modo a retratar a reverberação dos imponderáveis na experiência subjetiva e sua força como expressão das moralidades nas cenas sociais. Ao lidar com amores à mesa, tematiza-se as relações afetivas envolvendo assuntos familiares conjugais e romances, sempre com um pé na comédia ou na ironia, porque só o humor permite falarmos de assuntos pesados e delicados de forma agradável. Eles revelam modos como a vida comum é influenciada pela dieta, pela naturalização da padronização dos corpos, pelos conflitos políticos que interferem no cotidiano familiar, pelos preceitos religiosos que aparecem como senso comum ou pela forma como a comida e a comensalidade carregam, “naturalmente”, símbolos das ordens médicas, políticas, religiosas e culturais, passando despercebidas nas piadas e nas ironias risíveis do dia a dia. Tempo, memória e comensalidade desdobram-se em múltiplos significados. A memória gustativa nem sempre aflora boas lembr