A trajetória do romance histórico como gênero híbrido de história e ficção – iniciado em 1814 pela escrita cativante do escocês Walter Scott, com o romance Waverley – é fascinante. Ela vai da fase primeira – constituição da modalidade clássica scottiana, amplamente imitada e traduzida na Europa do romantismo – às produções que darão origem à modalidade tradicional de romance histórico, ainda inserida nessa primeira fase. Essas duas modalidades são consideradas como produções híbridas não críticas, pois, por um lado, não alteram, em nada, o discurso historiográfico (modalidade clássica), e, por outro, corroboram tal discurso pela apologia e exaltação que emana das obras tradicionais do gênero. Já uma segunda fase dessa trajetória evidencia releituras críticas e desconstrucionistas da história pela ficção. Nessa fase, incluem-se as modalidades do novo romance histórico latino-americano, inaugurado pela obra El reino de este mundo (1949), do cubano Alejo Carpentier, e as metaficções histo