a seu estudo sobre a Trilogia do Exílio de Oswald de Andrade, Sebastião Cardoso extrai a fórmula do leitor imaginado (o anti-herói) ao fazer, inicialmente, a recensão da fortuna crítica, passando, em seguida, para análises teóricas mais cuidadas e, por último, propondo abordagens comparativistas até então não exploradas. O livro nos permite visualizar com mais nitidez o grau de distanciamento e/ou proximidade do leitor histórico em relação ao leitor prefigurado no texto. Por outro lado, a questão do leitor de Oswald na Trilogia não se resolve com facilidade. Sebastião Cardoso constata que a fissura da crítica decorre em grande parte de ambiguidades presentes no texto do próprio autor, que está a meio caminho de uma postura mais clara sobre as implicações entre a forma do romance e a expressão dos personagens. Exemplo: na dedicatória do livro (1°. Volume): “Aos olhos que choram, às esperanças castigadas, aos lutos obscuros”, notamos, de imediato, que a obra se dirige a um tipo de leitor