As prisões, desde suas formas mais arcaicas até as que conhecemos atualmente, continuam a ser locais infernais, nos quais é impossível, a quem lá está, deixar de viver um gradual processo de mortificação, ou mesmo de morte real em algumas situações. A sociedade tecnológica do século XXI inovou, mas não encontrou uma saída menos violenta para acolher criminosos. Nos tempos atuais, pode parecer estranha a preocupação com as necessidades das pessoas encarceradas, e talvez mais comum o fato da prisão só não ser um lugar de maior invisibilidade para o poder público porque existe o discurso oficial do direito à assistência e do compromisso social da reintegração. No entanto, quem percorre os corredores dessas sombrias instituições sabe que na realidade elas continuam com sua vocação de reprodução de criminalidade e preocupação preponderante com a segurança. Certa vez, em uma palestra, Alvino Augusto de Sá perguntou ao público: “Quem tem algo novo a dizer sobre a prisão?” Na tentativa ousada