O que é possível dizer sobre as escolhas amorosas que confiscam o desejo das mulheres e as violentam? O que constatar diante de relações abusivas que mortificam as possibilidades de expressão de vida do outro? Seriam todas elas expressões de um gozo masoquista? Ou a própria cultura, ao fazer do amor um ideal de felicidade, daria conta de explicar uma escolha amorosa e a manutenção de vínculo nesses moldes? Essas são algumas das perguntas condutoras do livro Os sintomas e hematomas do amor, que, em diálogo com a teoria psicanalítica, apresenta a vida amorosa de cinco mulheres submersas em relações abusivas, cujo elo conjugal se constitui um ponto central dos discursos. Resultado da aposta na realização de uma pesquisa clínica, este livro assume o compromisso com a revisão de textos clássicos fundadores da disciplina freudiana e sustenta o interesse genuíno pelo conhecimento que se mantém para além da consciência, à medida que a intenção da pesquisa em psicanálise é ajudar a humanidade a