O presente estudo propõe uma observação do modo de operar da arte contemporânea fundada no caminhar e uma investigação sobre o quanto ela se faz acessível ao espectador, o quanto ela é inclusiva, relacional e horizontal. Contrariamente a um entendimento de que a arte contemporânea é de difícil acesso, busco relacionar a dissolução de certos estatutos da cena contemporânea com a aproximação do espectador de sua estrutura de funcionamento, a ponto de ele se tornar mais indispensável para sua realização do que o próprio artista. Ao longo do livro, destaco o potencial pedagógico presente nessas ações, que se revelam aos espectadores não somente no ato de sua realização, mas também na exposição de seus programas e na produção dos rastros ou vestígios de sua execução.
No primeiro capítulo, apresento esse contexto de dissolução, inicialmente no campo do teatro e, posteriormente, na configuração das performances, campo no qual as noções de cena, encenação e espectador são inoperantes. No se