As culturas juvenis não cabem em pesquisas jornalísticas ou em abordagens generalistas. Fluidas e cambiantes, transbordam pelos poros da metrópole, organismo vivo a respirar no retorcer de um caleidoscópio de multivíduos. Não há como apreendê-las nem rotulá-las. Como encerrar em taxonomias socioantropológicas o que é naturalmente vário, fragmentado, policromo? Como fixar em tabelas o que é móvel e fugidio?Neste livro o autor reinvindica “uma espontaneidade metodológica polifônica que vai de encontro a todo rigor formal monológico, a toda e qualquer moral holística pensativa, a toda e qualquer implacável estatística”. Na contramão do discurso científico, “instrumento para obter financiamentos, fazer carreira, falar em nome de”, ele adota a metodologia do “gozo da diferença”.É isso o que lhe permite frequentar interzonas urbanas nas quais estabelece um fluxo comunicacional direto com os sujeitos, jamais objetos. Rave, piercing, techno, tatuagem, bodyscape, cut-up, ciberespaço, fanzine, v