É lugar-comum falar que, no século XVIII, Buenos Aires (e o Rio da Prata) era a periferia do Império Espanhol. Se bem que em parte seja verdade, a condição periférica não a poupou de estar na mira de outras potências. França e Inglaterra insistiram em que o porto platino figurasse como “permitido” em seus contratos para o abastecimento de escravizados. O motivo: a possibilidade de que o trânsito portuário lhes permitisse colocar as mãos na prata produzida em Potosí, Bolívia. O comércio de escravizados foi muito importante na paulatina gravitação da região. O sul do Sul mostra as complexas relações espaciais, políticas e econômicas envolvidas no Atlântico Sul setecentista, espaço para o qual peninsulares e americanos tinham projetos diferentes. O livro explana disputas e visões sobre o Império Espanhol, embora vistas de um ponto geográfico particular. Na introdução, a autora diz: “Afirmar a posição de Buenos Aires não era só limitar as pretensões portuguesas; era muito mais do que isso.