Após termos passado por uma pandemia, é necessário reconhecer na história do Brasil o que se repete no tratamento dos corpos doentes. Este livro é um convite para conhecer o diagrama da colonização e da escravidão, a Junta Central de Higiene Pública, a remoção e a destruição dos cortiços na cidade do Rio de Janeiro durante o Império. Pois assumem uma dimensão paradigmática para pensar a governamentalidade de extermínio forjada no país. Este livro é a expressão de uma pesquisa original e rigorosa de filosofia brasileira contemporânea. A categoria “filosofia brasileira” não significa aqui uma reflexão “autóctone”, preocupada apenas com sua própria identidade. Tampouco é condescendente com a prática reiterada nas faculdades de filosofia no Brasil, que é a de glosar os conceitos de autores europeus e divulgar suas doutrinas. Claudio Medeiros escreve um livro que usa metodologicamente pensadores como Foucault e Deleuze, sem precisar citá-los academicamente, para traçar uma genealogia da m