Biografar mulheres negras é um ato de coragem político-epistemológico e uma prática de escavação. Como todo exercício de escavação foi preciso unir pontas, lazer redes e apostar que, através dos vestígios documentais, das conversas, das imagens, das músicas, das rasuras nos livros e dos sinais arqueológicos, fosse possível produzir um dicionário de mulheres afrodiaspóricas. Fruto desse esforço se deve ao fato de que as histórias das mulheres negras estão em curso e é a partir de mãos de outras mulheres negras que elas estão sendo escritas e publicadas. O toque do dicionário é trazer as potências negras, diminuir narrativas de sofrimento que paralisam e ocultam os movimentos, as táticas que expõem a agência das mulheres negras. Uma agência hábil em entender como agir frente aos contextos adversos e opressivos. Uma agência que aciona os dispositivos educacionais, religiosos, culturais e ancestrais na constituição de uma história que se inscreve nos corpos-vida das mulheres negras. Por se