O discurso de “ouro” de D. Loura busca afirmar a relação entre as práticas culturais e a vida dos sujeitos participantes do universo da cultura popular. Nessa perspectiva, o ato de narrar está na memória de lembranças, esquecimentos, silêncios e atemporalidades; ao mesmo tempo que na identidade fluida, repleta de mitos e crenças. Os relatos dos sonhos com botijas de ouro, externados por Neusa Fernandes Cavalcante, conhecida em sua comunidade, sítio Quintas – Riacho de Santana/RN –, por D. Loura, irrompem as tradições folclóricas de alguns moradores de seu entorno discursivo, para trazer à tona, juntamente dos tesouros enterrados, artefatos da vida cotidiana. D. Loura ecoa suas histórias mediante as experiências particulares e coletivas, invocando-as consciente e/ou inconscientemente. No intuito de mapear a voz narrada, busquei o método da história oral de Montenegro (2003) e Thompson (2002) e a técnica da história de vida de Queiroz (1991) e May (2004). Para entender a narrativa da col